Se você é da geração que gravava fitas cassete com músicas que tocavam nas rádios, passava a tarde jogando videogames de 16-bits com os amigos ou ficava ansioso para abrir o pacote de salgadinhos e tirar seu tazo, já deve ter sentido aquele calorzinho no coração ao relembrar esses tempos.
Esse sentimento, meus amigos, tem nome: nostalgia. Mas você sabia que por trás desse sentimento de saudade existe toda uma explicação científica? Vamos entender o que é, de onde vem e por que a nostalgia nos faz tão bem!
O que é nostalgia?
A nostalgia, do ponto de vista científico, é um estado emocional que combina memórias afetivas com uma pitada de saudade. O termo foi criado no século XVII pelo médico suíço Johannes Hofer, que misturou as palavras gregas nóstos (retorno) e álgos (dor).
Inicialmente, era vista como uma doença associada à melancolia, especialmente em soldados que sentiam falta de casa. Felizmente, com o passar do tempo, a nostalgia foi ressignificada e passou a ser vista como um fenômeno psicológico positivo.
Hoje, os cientistas sabem que a nostalgia funciona como uma “ponte” emocional entre o passado e o presente. Estudos, como os realizados pelo psicólogo Constantine Sedikides, da Universidade de Southampton, mostram que a nostalgia tem um papel importante no bem-estar humano, ajudando a reforçar o senso de identidade e conexão social.
O que acontece no corpo quando sentimos nostalgia?
Quando você vê um brinquedo da sua infância ou escuta uma música que embalava suas tardes, seu cérebro começa a trabalhar: memórias são ativadas no hipocampo, e hormônios como dopamina e oxitocina são liberados.
É por isso que a nostalgia é tão prazerosa – ela literalmente dá um gás no sistema de recompensa do cérebro.
Além disso, estudos indicam que a nostalgia pode reduzir sintomas de ansiedade e solidão, funcionando como um “abraço emocional” em momentos de stress. Não é à toa que, em épocas difíceis, como crises econômicas ou pandemias, vemos uma explosão de produtos e conteúdos nostálgicos – eles ajudam a acalmar o caos ao nosso redor.
Nostalgia na prática: o papel das coleções
Objetos físicos são poderosos gatilhos para a nostalgia, porque carregam histórias pessoais e sentimentos do passado. Eles nos conectam com momentos, conquistas, pessoas e sensações.
Imagine abrir uma caixa com objetos antigos seus. Cada item conta uma história: o boneco que você ganhou no aniversário de 10 anos, o jogo que você economizou meses para comprar ou aquela camiseta de banda que você nunca tirava. Esses itens são como cápsulas do tempo que nos transportam diretamente para momentos felizes da vida.
Essas experiências não só despertam memórias, como criam uma conexão entre gerações, unindo quem viveu aquilo no passado e quem está descobrindo agora.
Como trazer mais nostalgia para o seu dia a dia?
Se a nostalgia faz tão bem, por que não abraçá-la? Aqui vão algumas ideias para reviver memórias:
- Faça uma playlist retrô: resgate músicas que marcaram sua adolescência e crie uma trilha sonora para o seu dia.
- Explore suas coleções: revire estantes e caixas para redescobrir itens guardados. Que tal deixá-los expostos em um cantinho especial?
- Assista ou jogue algo antigo: relembre filmes, desenhos animados ou games clássicos que fizeram parte da sua vida.
- Partilhe histórias: converse com amigos ou familiares sobre momentos marcantes e divirta-se trocando lembranças.
Por que a nostalgia importa?
A nostalgia nos ajuda a dar sentido às nossas histórias, reforçando quem somos e o que valorizamos. Ao revisitar o passado, encontramos força e inspiração para encarar o presente e imaginar o futuro. Afinal, quem nunca se sentiu motivado ao lembrar que já superou grandes desafios antes?
Então, da próxima vez que você sentir aquele cheirinho de pão caseiro que sua avó fazia ou dar de cara com algum brinquedo clássico da sua infância, aproveite o momento. A nostalgia não é só saudade – é um convite para celebrar o que nos fez (e ainda faz) felizes.
E aí, o que desperta nostalgia em você?